Texto base: (Atos 1.8) “Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra”.
Introdução: No decorrer do livro de Atos dos Apóstolos é
nítido perceber o crescimento da igreja de Jesus. O próprio autor Lucas fez
questão de relatar o espantoso crescimento da igreja primitiva, demonstrando-nos
uma otimista estatística:
- (At 1.15) Eram 120 pessoas.
- (At 2.41) Quase 3.000 pessoas.
- (At 4.4) Quase 5.000 pessoas.
- (At 5.14) Crescia mais e mais a multidão de crentes.
- (At 6.1) Multiplica-se o número de discípulos.
- (At 6.7) Aumentava o número de discípulos.
- (At 9.31) A igreja crescia em número.
- (At 16.5) As igrejas aumentavam em número.
Ou também, podemos perceber o crescimento da igreja primitiva da seguinte maneira:
- Do capítulo 1 ao 7 – A igreja cresce em Jerusalém (Crescimento numérico)
- Do capítulo 8 ao 12 – A igreja cresce na Judéia, Galiléia e Samaria (Crescimento numérico e geográfico)
- Do capítulo 13 ao 28 – A igreja cresce até os confins da terra (Crescimento numérico, geográfico e transcultural).
Princípios e ações que levaram a igreja para fora de Jerusalém (A Multiplicação):
- – Poder do Espírito Santo: Antes do envio para plantação de novas igrejas, primeiro foi necessário um revestimento de poder, o que ocorreu em (At 2.1-5). Por isso, a vida e o poder da igreja primitiva, que se multiplicava, vinha do Espírito Santo: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com ousadia, anunciavam a palavra de Deus.” (At 4.31). “Enquanto Pedro falava estas palavras, o Espírito Santo caiu sobre todos os que ouviam a mensagem.” (At 10.44). “E, quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo veio sobre eles…” (At 19.6).
- – Envio Missionário: Ao longo do livro de Atos encontramos dois tipos de envio missionário: o direto e o indireto. O envio missionário direto acontece quando o próprio Espírito Santo nos envia através da imposição de mãos da liderança da igreja local (leia At 13.1-4). Consequentemente, também temos o envio missionário indireto, que é quando Deus permite que circunstâncias, favoráveis ou não, nos levem a locomover e/ou habitar em outra cidade, estado ou nação (leia At 8.1 e 4).
- – Testemunho e Pregação do Evangelho: “Paulo e Barnabé demoraram-se em Antioquia, ensinando e pregando, com muitos outros, a palavra do Senhor” (At 15.35). “… o Senhor, pondo-se ao lado de Paulo, disse: Coragem! Pois assim como você deu testemunho a meu respeito em Jerusalém, é necessário que você testemunhe também em Roma.” (At 23.11).
- – Consolidação da igreja de duas asas: Biblicamente, entendemos que a igreja de duas asas se resume em celebração (reunião do grande grupo no prédio) e células (reunião dos pequenos grupos nas casas). A Escritura é bastante clara sobre isso: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração” (At 2.46). “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar que Jesus é o Cristo” (At 5.42). Além do mais, é importante ressaltar que as reuniões nas casas foram essenciais para a consolidação de novas igrejas no primeiro século (At 12.12; At 16:15, 16:40, 18:7, 28:30-31; 1Co 16.19; Cl 4.15; Rm 16.5).
Conclusão: Sabemos que o verdadeiro crescimento sempre vem de Deus (At 2.47; 1Co 3.6). Por isso, nada foi capaz de deter o avanço da Igreja. Nem a perseguição, nem a pobreza, nem a oposição de homens, nem a fúria de Satanás. Absolutamente nada conseguiu interromper a multiplicação da Igreja Cristo. Foi ele mesmo quem disse: “… edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18b). Além do mais, uma vez que fomos revestidos pelo poder do Espírito Santo, temos o dever de testemunhar o evangelho da graça de Deus (At 1.8; At 20.24). Precisamos nos comportar como uma igreja missional. E uma igreja missional é aquela que se manifesta na sociedade, por meio dos seus membros, todos os dias, em todos os lugares, ensinando e pregando que Jesus é o Cristo (At 5.42). Ou seja, a missão não deve acontecer apenas de domingo em domingo, mas de domingo a domingo.
Quantas pessoas você já evangelizou? Quantas pessoas conheceram Cristo através de você? Quantas pessoas você já discipulou? Se a nossa resposta for negativa para todas estas perguntas, precisamos entender, urgentemente, que o maior inimigo da missão é a nossa omissão. Jesus nos ordenou, dizendo: “Vão por todo o mundo e preguem o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15); “Vão e façam discípulos de todas as nações…” (Mt 28.19). Portanto, Jesus não está nos dando uma sugestão, nem tampouco nos pedindo um favor. Ele, como Senhor e Rei, está nos dando uma palavra de ordem. E essa responsabilidade não é só dos pastores, líderes ou missionários transculturais. Essa responsabilidade é de todos nós como povo de Deus. Por isso, é tempo de despertarmos do sono (Rm 13.11) e trocarmos a omissão pela grande comissão de Jesus. Pois como disse o apóstolo Paulo: “ai de mim se não pregar o evangelho!” (1Co 9.16).
Pr. Douglas Panta – Igreja Batista do Amor