PATERNIDADE (Deus, nosso Pai)
Texto base: Mateus 6.9-13.
Introdução: Durante o sermão da montanha, Jesus ensinou aos seus discípulos um importante modelo de oração que diz: “Pai nosso, que estás nos céus…”. Tal ensino revela que, em nossa relação com Deus, devemos ter profunda consciência de sua paternidade sobre nós. Éramos órfãos no mundo e escravos do pecado, mas o Senhor, por meio da cruz de Cristo, nos adotou e nos fez herdeiros (Gl 4.3-7). Desde antes da fundação do mundo, o plano de Deus sempre foi ter uma grande família com muitos filhos e filhas (Ef 1.4-5) (2Co 6.18). Por isso, é maravilhoso saber que ao crermos no nome de Jesus, recebemos o poder de sermos feitos filhos de Deus (Jo 1.12). Tudo isso é fruto de amor, como diz o apóstolo João: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus” (1Jo 3.1). Em Cristo recebemos gratuitamente a condição de filhos amados e, consequentemente, uma série de cuidados, conforme veremos a seguir.
1. Provisão: “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (v11). Através dessa oração Jesus nos ensina que o Pai celestial é o nosso provedor. É ele quem supre todas as nossas necessidades (Fl 4.19) e não nos deixa faltar nada (Sl 23.1). Como filhos, não vivemos inseguros pelo porvir; sabemos que o Pai está cuidando de tudo. Também não andamos ansiosos pelo que haveremos de comer, beber ou vestir, pois nosso Deus sabe de tudo o que precisamos (Mt 6.25-33). Além do mais, a necessidade que tínhamos de provisão não estava relacionada somente ao pão físico, mas, também, ao pão espiritual. Tamanha provisão o Pai nos concedeu por meio de Cristo, o pão vivo que desceu do céu (Jo 6-32-35). Portanto, não tenha dúvidas de que, nessa terra, tudo o que for realmente necessário para que você cumpra o seu propósito, o Pai celestial vai prover na sua vida.
2. Perdão: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (v12). Quando reconhecemos a paternidade de Deus, por meio de Cristo, recebemos perdão de nossas dívidas espirituais. Estávamos perdidos no mundo e éramos detentores de uma dívida impagável. No entanto, o Pai nos adotou e ainda pagou toda a nossa dívida na cruz. Hoje, na condição de filhos, apesar de nossos erros, o Pai continua disposto a nos perdoar. Suas misericórdias se renovam a cada manhã (Lm 3.22-23). Por isso, não importa o quão distante você esteja, assim como na parábola do filho pródigo, o Pai sempre estará te esperando de braços abertos e pronto a te perdoar (1Jo 1.9). Além do mais, o perdão de Deus se consolida em nossas vidas na mesma medida em que perdoamos a quem nos fere. Portanto, não podemos esquecer de que o Pai nos perdoou para que pudéssemos perdoar uns aos outros.
3. Proteção: “e não nos deixeis cair em tentação; mas livrai-nos do mal…” (v13a). Num primeiro momento, pedimos ao Pai que nos auxilie na luta contra as tentações. Esse é um clamor para que Deus nos tome pela mão e nos proteja de nossas próprias fraquezas e possíveis quedas. Consequentemente, pedimos ao Pai que nos livre do mal, que nesse contexto, significa proteção contra o maligno. Nesse caso, temos a convicção de que nossa condição de filhos nos garante proteção: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não toca” (1Jo 5.18). Por isso, situações de perigo podem até surgir durante a caminhada, no entanto, sabemos que o verdadeiro socorro vem do nosso Pai (Sl 121.1-2).
Conclusão: Somos filhos de um mesmo Pai, que é Deus. Nele temos provisão para nossas necessidades, perdão para nossas dívidas e proteção contra os ataques do maligno. Portanto, já não há o que temer; o Pai celestial tem cuidado de nós (1Pe 5.7) e prometeu que nunca vai nos desamparar. Assim Ele nos diz: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41.10).