“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre” (Salmos 133). Leia também I Coríntios 10.16 e 17.
Introdução: O Novo Testamento fala muito mais sobre comunhão do que de evangelismo. Como cristianismo é relacionamento, a amizade (comunhão) passa ser a maior ponte para o evangelismo. No NT, as palavras ‘sociedade’, ‘cooperação’, ‘comunhão’ e ‘participação’ vêm de uma raiz que significa compartilhar algo com alguém. Contudo, a ênfase é maior em se compartilhar do que em se associar, até porque ser associado de uma organização religiosa não é necessariamente ser membro do corpo de Cristo (I Co 12.27). A palavrabíblica para comunhão é Koinonia e significa ter algo em comum, estar comprometido uns com os outros assim como estamos com Cristo.
O Salmo 133 faz parte de uma coleção de Salmos que vão do 120 ao 134 e são chamados cânticos de romagem, de degraus ou de peregrinação. São cânticos de louvor entoados pelos viajantes que iam às festas judaicas. O povo costumava viajar para Jerusalém em grupos de famílias (Lc 2.41-52). O salmista compara o espírito de união com o óleo usado para ungir os sacerdotes e com o orvalho do Hermom e de Sião que regava a terra. É o poder da comunhão! É a exclamação da alegria do Senhor! É a nossa força!
“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”:Aqui, a palavra ‘bom’ está em seu mais amplo sentido, significando algo frutífero, moralmente correto, conveniente e útil. Não é apenas ajuntamento, mas, sobretudo, a vida compartilhada de Cristo. Por exemplo: uma sacola de membros não é um corpo e um amontoado de material de construção não é um edifício. Reflexão: O amadurecimento/crescimento é um dos principais benefícios da comunhão.
“É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes”: Este era um óleo especial feito de excelentes e perfumadas especiarias e usado por Moisés para ungir Arão, como primeiro sumo sacerdote, e todos os sacerdotes para o serviço de Deus. O óleo escorria por sua barba, para o seu colarinho e sobre seu peito e banhava as 12 pedras preciosas que usava no peitoral simbolizando a união espiritual.
“É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre”: Israel era agrícola e dependia de duas chuvas: as primeiras e as últimas. Mas, também, do orvalho para regar suas plantações. O orvalho simboliza a Palavra que vivifica (Is 55.10, Dt 32.2). O orvalho é que faz diferença entre o que frutifica e o que não dá fruto, entre a vida e a morte. O Hermom é o monte mais alto da Palestina. Já Sião é um dos mais baixos. Reflexão: Ser maior ou o menor não é o que importa, e sim, deixar o orvalho descer na unidade?
Domingo, participamos da CEIA, momento em querefletimos profundamente sobre comunhão e unidade, corpo e igreja. Devemos entender que há uma bênção (graça) na individualidade (Mt 6.6), mas, também, há outra que só se obtém na coletividade (Mt 18.20). A devoção leva a comunhão! A verticalidade leva a horizontalidade!
“Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão (koinõnia) do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?” (I Co 10.16). Aqui está o ponto mais alto da comunhão: o corpo e o sangue de Cristo, sem os quais não seríamos um com o Pai (continuaríamos separados dEle pelo pecado), nem seríamos um com os irmãos (continuaríamos sem comer do mesmo pão na mesa do mesmo Pai). Este é o compartilhar de Jesus, que fazemos em concordância de propósitos.
Para experimentarmos a comunhão genuína, poderosa e bíblica, precisamos:
– Converter-nos uns aos outros: A 1ª conversão está ligada a João 3.16. A 2ª conversão está ligada a I João 3.16.
– Vivermos os mandamentos da mutualidade: Podemos encontrá-los nos textos em que lemos: ‘uns aos outros’. Estão ligados ao amor (Lei de Cristo). Jesus nos ordenou fazer o que Ele mesmo fez (Jo 13.15).
– Não deixarmos de congregar (Hb 10.25 NVI) ‘As crises não formam necessariamente o caráter, mas certamente o revelam. Há sempre uma escolha! Jesus escolheu congregar (Lc 4.16). Os primeiros cristãos também (At 2.46; At 5.42).
– Não nos esquecermos de que foi pago um alto preço: Jesus orou para que fôssemos um e deu a Sua vida para que isso acontecesse. Não podemos negligenciar tamanho sacrifício. O mundo precisa crer! (João 17.11, 21)
Pr. Ricardo Arturo Tatis Batista – Igreja Batista do Amor