Versículos chaves: “Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento. Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (vs. 6).
Introdução: A justiça que o homem natural conhece está ligada às convenções sociais que, naturalmente, tentam reconhecer o que é direito, certo, justo, ou o que se tem mérito. Porém, por causa do pecado do homem, esta fonte se tornou corrompida e o seu juízo de valores comprometido e parcial. Desde a sua queda, Adão, que tipifica todos os homens naturais, procurou estabelecer a sua própria justiça, pois, errando, tentou dar o “seu jeito”, por meio de suas próprias obras, cobrindo a sua nudez com folhas de figueira (Gn 3.7). Porém, cintas de folhas de figueira feitas pelas mãos do homem pecador não são suficientes para cobrir a vergonha e a culpa, senão, a vestimenta de peles feitas pelas mãos de um Deus santo e justo (Gn 3.21 – propiciação pelo sangue). Por isso, com certeza, a justiça própria é o maior veneno inoculado no coração do homem.
Paulo foi um dos homens com mais justiça própria que o mundo já conheceu. Ele confiava na carne, pois, era da linhagem de Israel, hebreu de hebreus, fariseu, quanto à justiça que há na lei, irrepreensível. Mas, a justiça própria, que sempre persegue a justiça de Deus para “matá-la”, uma hora vai encontrar, na reta, Cristo (a Justiça de Deus), no “caminho para Damasco”, e vai ter de cair por terra. Assim, Paulo se esvaziou, ou, foi esvaziado e escreveu, como ninguém, sobre o grande perigo que corremos, chamado “justiça própria”. (Medite na Parábola do fariseu e o publicano).
Como identificar os sintomas do vírus da justiça própria:
- Quando criamos o nosso próprio padrão ético e moral para julgarmos;
- Quando criamos um mecanismo de compensação (erros e acertos) para nos justificarmos;
- Quando criamos um ritual ou procedimento (na carne) para sermos aceitos;
- Quando temos compulsão pelo merecimento e perfeccionismo;
- Quando temos compulsão pelo “fazer” (Marta), mais do que pelo “ser” (Maria);
- Quando temos compulsão pelo “exterior” (aparência), mais do que pelo “interior” (coração);
- Quando temos “manchas” de desprezo e julgamento no coração (preconceito);
- Quando temos “manchas” de ressentimento e mágoa no coração (raiz de amargura);
- Quando temos “manchas” de orgulho e presunção no coração (autoconfiança em aparente justiça);
- Quando nos tornamos incorrigíveis e irretratáveis, cegos de nossas falhas por causa do orgulho.
Conclusão: A justiça própria é terrível, pois, anula o sacrifício de Cristo, que é a própria justiça de Deus (Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?); é implacável e parcial, pois, é complacente consigo mesma, mas, dura com os outros (na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas); é a glória da carne, aplaudida pela antiga serpente, pois, a carne veio do pó da terra que, por sua vez, é alimento de serpente. Uma vez que a nossa justiça diante de Deus é trapo de imundícia, o antídoto para este vírus é “ser achado nele”, pois, pela fé, cremos que “Jesus recebeu a punição que era nossa e Deus nos deu o crédito pela perfeição de Seu Filho” (Max Lucado).
Reflexão: Você identificou, em sua vida, algum sintoma da COVID 6 (vírus da justiça própria)? O que o Médico de Nazaré prescreveu?
Pr. Ricardo Arturo T. Batista
Igreja Batista do Amor